05/10/07

AUXILIARES DE ACÇÃO MÉDICA E OS HORÁRIOS DE TRABALHO



CUIDADO COM O EXCESSO DE TRABALHO!


A sobrecarga horária pode ter consequências físicas e psicológicas nos Auxiliares de Acção Médica. A irritabilidade, fadiga, desgaste, falta de sono, erros no trabalho, conflitos entre colegas e enfermeiros e alterações nas relações que temos com os doentes, são sintomas que uma carga horária excessiva que muitos auxiliares sentem no corpo.


O problema não é trabalhar mais horas para além do horário normal. O grave é quando a sobrecarga horária já é vivida por muitos auxiliares como uma rotina diária. Umas vezes por necessidade de "fazer" umas horas extras, outras vezes é porque o encarregado(a) vem solicitar a nossa disponibilidade e muitas vezes acabamos por trabalhar para além do razoável. E com tal carga de horas no serviço, a paciência não é a mesma, a concentração também baixa, as tarefas começam a ser feitas com mais lentidão e a comunicação com a equipa de trabalho começa cada vez mais a ser uma comunicação de conflitos com alguns elementos.




A verdade, é que se no hospital houvesse auxiliares suficientes, não era necessário haver estas sobrecargas de trabalho. Como os auxiliares são necessários e os enfermeiros não prescindem da sua colaboração, é evidente que se o número for insuficiente, é evidente que quem está é sobrecarregado com mais horas de trabalho e ao mesmo tempo deixa de não gozar o descanso semanal a que tem direito, deixa muitas vezes de gozar os feriados, as licenças para horas de formação também ficam sem efeito e muitas vezes até as férias são gozadas em alturas que os familiares já se encontram a trabalhar, ou seja, são gozadas em tempo socialmente e familiarmente inoportuno.


E o cansaço, o desgaste físico e emocional face a tantas horas de trabalho pode levar o auxiliar a um esgotamento psíquico. Talvez tenha sido por situações de "esgotamento" que ultimamente colegas meus viveram momentos de aflição e preocupação. A um, enquanto a sopa cozia na panela, foi descansar para o quarto e acabou por adormecer e acordou com os gritos dos familiares e vizinhos e aí deu conta que tinha a cozinha em chamas. A um outro colega, também auxiliar de acção médica, tem andado com sobrecarga horária e um dia, durante o trabalho, sentiu-se com falta de forças e acabou por desmaiar e acabou internado no próprio serviço onde trabalha e aí esteve uma semana. Ainda se encontra em casa a recuperar.


Estes dois factos ocorridos com auxiliares de acção médica, profissionais dedicados e sempre disponíveis para fazerem horas a mais, devem fazer-nos pensar. O que aconteceu até pode não ter nada a ver com a carga horária. A coincidência de ambos os factos é que os dois auxiliares sofreram na sua própria pele e colocaram as suas vidas em risco. Até que ponto é que todos aqueles turnos que estes profissionais, livremente, aceitaram fazer, não são a origem dos factos que lhes aconteceram? O trabalho não é tudo e o corpo humano tem limites. Penso que cada um de nós, como auxiliar de acção médica e como profissional de saúde, deve tentar conhecer os limites que o corpo aguenta e nunca esquecer o meio em que vive. Nunca podemos esquecer que o trabalho é necessário, nós precisamos de ganhar dinheiro e para isso é preciso trabalhar. Só que o dinheiro não é tudo, logo, podemos afirmar também que o trabalho não é tudo o que temos na vida. Todos temos uma família, alguns têm filhos, outros ainda namoram, ou seja, há mais vida para além do serviço de auxiliar e os euros que recebemos por mais um ou doi turnos seguidos e sem descanso...muitas vezes em vez de ganhar só perdemos.


15 comentários:

Anónimo disse...

gostaria de dizer que a sobrecarga que os aam sofrem diariamente tambem se deve ao pensamento de:" se não o fizer vão me por na rua" pois a maior parte do pessoal que conheço que trabalha como aam têm vinculo precario e fazem estes turnos todos não por serem bons rapazes mas sim por medo. Também devo resaltar que há falta de pessoal auxiliar não somente para cumprir os deveres relacionados com a propria profissão mas também com funções que são de exclusiva competencia dos profissionais de enfermagem . Penso que esses problemas acabariam se houvesse uma categoria especifica para os auxiliares e não um tapinha nas costas como normalmente acontece pois aí quando todos soubessem o por que não haveria este tipo de situações

josnumar disse...

Meu caro anónimo(???):
Os AAM muitas vezes estão sobrecarregados de trabalho.Isso é verdade, principalmente aqueles que, como eu, estão a exercer as funções de auxiliar num serviço de medicina interna. Conheço outros serviços onde o ritmo de trabalho não é assim tão pesado.
Não é pelo facto de estarmos muitos a trabalhar com contratos precários, não somos os únicos, pois, muitos enfermeiros e muitos médicos também estão na mesma situação, dizia eu que não é por isso que trabalhamos mais. Nas medicinas e também noutros serviços, há tarefas que não podem deixar de se fazer. Estamos a tratar de pessoas e que necessitam de melhorar as suas vidas. A suas melhoras dependem muitas vezes do bem fazer o nosso trabalho e o tempo não é elástico. Ou seja, as tarefas que há a efectuar são muitas, para o número de profissionais que formam as equipas de enfermeiros e auxiliares e o relógio não pára um segundo. Concordo consigo quando reconhece que muitas das tarefas, feitas pelos auxiliares,são da competência dos enfermeiros. Mas muitas dessas tarefas nós, AAM, fazemo-las porque os enfermeiros nos solicitam a nossa colaboração e ajuda. E eles, os enfermeiros, fazem isso porque também não são em número suficiente para exercer bem as suas tarefas.Concluindo: auxiliares e enfermeiros estamos sobrecarregados de trabalho e muitos com vínculos precários.

Anónimo disse...

Sou Ajudante de Saúde formada pela ARS-Norte do Porto em 97, profissão esta que foi criada e publicada em DN para colmatar a necessidade de apoio domiciliário que tanto hoje se fala. exigiram-nos o 12º ano. Entretanto com a mudança do governo não se segui a criação da nossa categoria. Agora somos intitulados de AAM. Mas o que me mais choca e espanta neste país, é que muitos AAm não têm habilitações, não têm educação, não têm uma postura profissional. E a nós exigiram o 12º??? Mas onde estamos??? Digo isso, porque trabalhei no IPO porto e constatei a falta de vergonha que alguns AAm tinham em dizer sem receio algum que estavam ali por cunha!!!! salientavam isso como de um trofeu tratasse!!!è uma vergonha para aqueles que trabalham com avinco e empenho, que têm caracter educação etc como há muitos e se deparam com esta gente mal formada.Agora com a história de cuidados paliativos etc formam-se em meia dúzia de horas algumas almas penadas para exercer a função de AAM. Concordo que cada um deve ter uma categoria específica e não como se vê por aí fazer, mas que tenham en conta os requisitos necessários, pois porque enquanto uns se formaram adequadamente outros gabam se que não precisaram de o fazer.... uma vergonha!!!

josnumar disse...

Olá Catarina!
Ajudante de Saúde?Ainda bem, pois, eu desconhecia essa função no SNS.Concordo com a Catarina quando afirma"muitos A.A.M.não têm habilitações, não têm educação e não têm uma postura profissional".Conheço, infelizmente, essa realidade e pelos anos de serviço que alguns colegas levam como AAM penso que o problema é muito mais grave e de difícil solução. Há um problema sério na Formação dos AAM e os profissionais com mais "anos" de serviço nem sempre e nem todos têm educação para a função que exercem há tantos anos. Muitos de nós, AAM, necessitamos de ser, fazer e ter atitudes bem diferentes do que as que temos tido. Há um caminho de aprendizagem e de profissionalização que deve de ser percorrido.
O diálogo, a troca de experiências, a partilha de conhecimentos deve ser fomentada. Os congressos da Associação dos Trabalhadores dos Serviços Gerais da Saúde que se vai realizar no próximo dia 2 e 3 de Novembro, no Fórum da Maia, é uma iniciativa que merece ser apoiada e que também pode servir para os profissionais de saúde ganharem mais algum conhecimento acerca do seu papel no estabelecimento de saúde onde trabalha.
Informação, formação, reconhecimento e entusiasmo para o futuro é o que faz falta aos Auxiliares de Acção Médica, aos Ajudantes de Saúde. Temos um papel a desempenhar na sociedade portuguesa e em particular no SNS.
Entusiasmo, alegria e esperança num futuro melhor.
Um abraço.Agradeço a sua participação no blog.

Anónimo disse...

ola josnumar

Obrigada pelo seu comentário, concordo consigo em pleno. Pode me dizer se para esse forum é preciso fazer alguma inscrição?? e onde? gostaria de participar. Penso que será interessante, pois quanto mais informados tivermos melhor para poder trabalhar. Infelizmente de momento estou em busca de trabalho e está complicado.
um abraço. catarina

Anónimo disse...

josnumar,

na portaria 459/2007 no perfil de um auxiliar existe de facto as duas categorias profissionais. também existem diferenças de procedimentos. o que me entristece é que o que agora pedem como habilitações o 9º ano quando eu e mais 14 tivemos de passar por vários testes inclusivé psicotécnicos e ter o 12º ano. Para além disso os nossos honorários eram bons, para ter uma ideia em 1997 quando começou o nosso salário era de 500 euros. Posteriormente quando não deram seguimento a nossa carreira descemos drásticamente para o 1ºescalão de AAM, porque nunca nos puderam dar o equivalente nem ao salário nem ao nosso estatuto, porque estava extinto. No entanto sempre que fomos contratadas era pela nossa formação. Já pensamos ir a estâncias superiores para que nos esclarecessem o porquê disto mas o que sempre ouvimos foi, "vocês são poucas, não adianta". Triste, muito triste.

josnumar disse...

Catarina:
A participação no Congresso dos tyrabalhadores dos serviços gerais de saúde, a realizar no dia 2 e 3 de novembro, na Maia(Porto), é para quem desejar participar. É necessário uma inscrição prévia. O boletim de inscrição podes obtê-lo consultando o site da associação:www.atsgs-pt.com
Saudações.

Anónimo disse...

olá josnumar
gostaria de poder adicciona-lo aos meus contactos se possivel.Pode me facultar seu endereço electronico?
saudações

catarina

Anónimo disse...

Oi
Tenho uma d´vida k gostava k m ajudassem se possível! Eu sou AAM num hospital privado, e trabalho com horário fixo pois apesar de ter a categoria de AAM não desempenho essas funções, e agora ao fim de + de 4 anos kerem k eu passe a trabalhar por turnos e a desempenhar as funções de um AAM! Gostaria de saber se em algum ponto a lei me possibilita contestar essa decisão k me foi imposta, sim imposta! No meu contrato de trabalho diz k no meu horário são as 38horas p semana em horário fixo ou por turnos! Mas apesar de dizer isso gostaria de saber se posso impossilitar o k m foi imposto! Obgado

Anónimo disse...

ola anonimo
aconselho o a ir ao sindicato dos trabalhadores de saude do norte la terá ajuda

Anónimo disse...

se o contrato refere k pode trabalhar por turnos ou horario fixo, não sei até que ponto pode contestar , estou á + 6anos e tenho colegas k já tem ido para outro hospital trabalhar visto k esta direção tem 3 hospitais num raio inferior a 50km, é desagradavelmas se queremos continuar a trabalharnão podemos questionar. Pois se nos formos embora, amanha tem outra no nosso lugar

Anónimo disse...

Devem divulgar o congresso k vai ter lugar no forum da maia no proximo dia 5 de abril 2008, com mais formação e mais unidos, quem sabe se um dia ficaremos mais fortes e veremos a nossa profição reconhecida e com algum valor

Anónimo disse...

olá chamo-me laura,eu sou aam e coordenadora da zona norte da associação de trabalhadores dos serviços gerais da saúde.venho informar que se vão realizar as 3ªjornadas da delegação norte desta nossa associação no dia 3 de abril de 2009 no forum cultural de ermesinde. o preço das inscrições sºao de 15€ para os associados e de 20€ para os não associados.quem quiser enviar trabalhos pode fazê-lo até o dia 14 de novembro do corrente ano para a nossa sede que se situa na praça sousa caldas,15-r/c 4400-138 v.n.gaia.

Anónimo disse...

Olá a todos os colegas,também sou AAM e sou dos Açores, presto serviço num hospital que também agora é EP,mas concordo plenamente que devia ser obrigatório fazerem um curso para AAM antes de iniciarem serviço,porque não é só contratar pessoal de qualquer forma , que muitas das vezes nem perfíl tem para trabalhar com animais , quanto mais com seres humanos debelitados,apesar de eu não ter esse curso e já trabalho a 20 anos nesta instituíção,mas tudo tenho feito sempre para me actualizar e formar dentro da minha carreira ,felicidades a todos.sereiazul_43@hotmail.com

Unknown disse...

Ajudante http://www.facebook.com/home.php?#!/group.php?gid=107648962614664&ref=mfAcçao Directa.
entrem e comentem. AAM,AAD fazem tds o mesmo serviço as entidades patronais funçao publica e ipss querem q nos continuemos sem uniao pq so assim eles conseguem o q querem de dos precisamos de uma associaçao so nossa. entrem no face book estamos no inicio da criaçao de um grupo de luta.