29/11/16

ASSISTENTES OPERACIONAIS ATÉ QUANDO?


Trabalhar muitas horas seguidas, sem o devido e merecido tempo de descanso, não significa que a pessoa produza mais. E o trabalhador que aceita trabalhar muitas horas, pensando apenas no dinheiro extra que vai depois receber, nem sempre compreende e muitas vezes critica aqueles colegas que trabalham as horas normais e não vão mais além de dois, três turnos a mais. Só pelo facto de recusarem um sem número de turnos e considerarem que há mais vida para além do trabalho, estes trabalhadores são rotulados pelas chefias e por alguns colegas, como pouco empenhados, e  que não se esforçam.
   No que diz respeito aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, a falta de recursos humanos é cada vez mais preocupante.
   A falta de Assistentes Operacionais está à vista de qualquer pessoa que entre num hospital. Observe o que se vai passando, por exemplo, nos serviços com doentes internados. Ou pergunte aos assistentes operacionais desse serviço quantas horas a mais estão a trabalhar, a hora a que entraram e a hora a que vão sair, há quantos dias não têm um dia de descanso ou há quantas semanas não têm um domingo livre para estar com a família.
  Conheço muitos assistentes operacionais que estão cansados, descontentes, desmotivados e amarrados a horários sobrecarregados. E a realidade é que não estão a contratar mais profissionais, optando por alterar os horários de trabalho e sobrecarregar os poucos que estão.
   O grave desta situação é que as ordens vêm de cima, os encarregados aceitam e impõem aos assistentes operacionais turnos de 13 horas consecutivas, permitem que se inicie o turno ao princípio da tarde e entre pelo turno da noite, saindo do trabalho às 8 horas da manhã do dia seguinte. Quando estas ordens vêm de cima e enquanto as chefias intermédias as acatarem sem se importarem com o cumprimento das leis laborais, o problema não será resolvido.
   Eu não acredito que quem trabalha 13 horas consecutivas ou quem trabalha tarde e noite seguido, seja sinónimo de mais produção e melhor desempenho nas diversas tarefas a executar durante essas horas de trabalho. Se estes atropelos acontecessem esporadicamente porque ocorreu uma tragédia, uma situação grave e inesperada, como a morte de um familiar, até admito tantas horas de trabalho. Fora dessas situações, eu a estes horários de trabalho comparo-os a uma prática de “escravidão”.
   E preocupante é a passividade com que muitos assistentes operacionais aceitam e continuam a trabalhar nestas condições. Se isto não bastasse, este grupo de profissionais recebem baixos salários, as carreiras estão paradas e não têm o seu devido registo na Autoridade Nacional de Qualificações, não existindo portanto, a profissão de Assistente Operacional (área da saúde) e a de Técnico Auxiliar de Saúde está por homologar pelo Ministério da Saúde.
   Até quando, meu Deus, vamos trabalhar assim?

17/11/16

DIAGNOSTICAR O QUE JÁ ESTÁ DIAGNOSTICADO?

  
NOVA PROPOSTA DO NOVO REGIME DE FORMAÇÃO
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
  

     

A notícia vem publicada no Dinheiro Vivo, suplemento semanal distribuído juntamente com o Jornal de Notícias. Depois de ler o artigo, fico com a ideia que alguma coisa se vai alterar nas carreiras gerais dos trabalhadores do Estado, independentemente do vínculo contratual.
Diz a notícia que:
"Os serviços e órgãos da administração pública vão ter de fazer diagnósticos sobre as necessidades de formação profissional e identificar os trabalhadores integrados nas carreiras gerais que não exigem licenciatura ou uma habilitação de grau superior, para que estes possam ser encaminhados para um programa de reforço de qualificações.
Esta é uma das medidas que integra a proposta do novo regime de formação na administração pública que a secretária de Estado Carolina Ferra quer começar a discutir com os sindicatos.

Na proposta de diploma, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, reforça-se ainda o papel da Direção-Geral para a Qualificação dos Trabalhadores em funções Públicas (INA) como entidade coordenadora da formação e clarificam-se as modalidades de formação: inicial (para quem vai entrar no Estado) e contínua. Cria-se ainda uma tipologia expressamente direcionada para os trabalhadores em valorização profissional – que vai substituir a requalificação a partir de janeiro. Neste caso o objetivo é o reforço de competências dos trabalhadores de forma a que possam mais facilmente ser reencaminhados para outro serviço".
Leia a notícia aqui: