
Será só uma designação diferente ou as diferenças são mais profundas?
Iniciei as minhas funções laborais numa unidade hospitalar no norte do país como Auxiliar de Acção Médica. É uma EPE e logo, faz parte do Serviço Nacional de Saúde. Agora, por obra e graça dos políticos deste país, fomos baptizados com outro nome e nem sequer tivemos direito a ser escutados. Eles, os políticos, é que sabem e decidiram que a partir de agora seríamos chamados de Assistentes Operacionais.
Será que foram acautelados todos os nossos direitos e foi tida em conta a nossa dignidade? Encontrei hoje um grupo de profissionais de saúde que quero dar a conhecer: Movimento de Acção na Saúde
( http://accaonasaude.blogspot.com/ ) que também possui alguns textos interessantes para nos fazer pensar:
Visitem esta página na internet e pensem nas nossas carreiras.
7 comentários:
Colegas
Li alguns dos artigos e pensei – “ E se os Auxiliares de Acção Médica/ Assistentes Operacionais da Saúde, nos Hospitais, Centros de Saúde, etc., fizessem uma greve por tempo indeterminado? “. Colegas, nem as novas tecnologias (em alguns sectores) colmatavam a situação, dado que são muitos de nós que operam com os equipamentos. Estes nossos colegas, têm estado injustamente presos a uma polivalência, que por economicismo ocupam os quadros do pessoal Auxiliar. O Caricato da situação é contratarem Administrativos, que em comparação, auferem um teto salarial superior, com horários e trabalho igual.
Sendo o salário do Auxiliar o que se sabe… O que pensei ao ler os artigos, seria a meu ver insustentável, mas um dia quem sabe… O “ pau para toda a obra” de tanto levar, aprende…
O Servente que não sabia ler nem escrever, é do passado. As habilitações escolares dos nossos colegas, já não são as mesmas. Actualmente muitos têm o 12º Ano ou são trabalhadores-estudantes, com as dificuldades inerentes a nível familiar.
Apesar do sacrifício pessoal, financeiro, e consequente desgaste físico, a progressão não existe, nem o reconhecimento ou mérito.
Fiquei satisfeita há dias, quando li que ia haver uma auditoria a todas as progressões nas carreiras. Quanto a mim, deviam ser afixados todos os nomes de quem progrediu, e internamente, ser bem fundamentado o porquê. Um serviço público de excelência, requer funcionários à altura, com as devidas compensações, incentivos e prémios. Agora digam-me lá onde estão?
Por termos sentido do que é serviço público, o que é estar no lugar do outro, o doente, é que estamos a ser, quase que excluídos da equipa de saúde. Digo quase, porque o utente e outras classes profissionais, reconhecem no nosso papel, um elo fundamental nas Instituições.
Ora ainda bem que alguns de nós começamos a abrir os olhos. Muitos portugueses não imaginam como os agora Assistentes Operacionais trabalham! Quem nunca teve a necessidade de ficar internado num hospital, de ir a uma consulta externa, fazer uma análise ao sangue, visitar uma amigo ou familiar a receber cuidados de saúde, esses portugueses desconhecem a importância do nosso trabalho.
Pois, e se um dia os AO/AAM ir para o local do seu trabalho, mas não trabalharem? Garanto-vos que os estabelecimentos de saúde do nosso país se transformariam numa dor de cabeça para médicos e enfermeiros. Não estão a ver um senhor doutor ir buscar uma cadeira de rodas, entrar na enfermaria e sentar o doente nela e transportar a pessoa até ao RX, ou a uma Ressonância e claro, sem esquecer de levar os sangues de outros doentes para o laboratório. Isto, sem esquecer de levar a requesição do RX. E se o senhor ou a senhora da cama 999 tocasse a campainha para ir ao W.C.?
Quem daria banho no chuveiro aos doentes semi-dependentes e ainda dar uma mãozinha ao enfermeiro/a áquele senhor/a acamada?E chegada a hora do jantar, quem em 45 minutos ajuda e dá a refeição a quem necessita de ajuda?
Todas estas tarefas e outras ainda mais importantes misturadas com outras tarefas de higiene e limpeza que parece ser exclusivo dos AO/AAM ?
Nem quero imaginar um dia assim...mas quem sabe se não será a martelada certa para que as nossas vidas tenham outro sabor.
Josnumar
O colega sabe o que é ter de repor papéis nos gabinetes (receitas, requisições), transportar e mobilizar doentes, acondicionar roupa suja, arrumar a limpa, lavar material, fazer a esterilização, arrumar o material geral, sutura e penso, farmácia, receber mensagens e transmitir (verbais ou por telefone, lavar doentes, mudar fraldas ou roupas de cama, despejar diureses, arrumar as unidades, repor material nas gavetas, transportar processos e devolver os mesmos, levantar ou entregar resultados, comunicar faltas e avarias, desinfectar material, substituir o rolo da maca, toalhetes, papel higiénico, desinfectantes, sabonete, preparar refeições ligeiras, cortar os alimentos ou dar à boca aos doentes, entregar material biológico, auxiliar o doente na marcha, fazer altas, montar aspiradores, etc., etc., etc. Mais alguns imprevistos que não interessa aqui referir. Este é apenas um pequeno exemplo de forma aleatória. Como diz um amigo meu: - “Cada macaco no seu galho”.
Daqui a pouco, pelo andar da carruagem, seremos "Mão de obra não qualificada" e os srs. Enfermeiros serão "Auxilliares de Acção Médica".
Posso deixar uma Ideia?!!
Se o nosso descontentamento é generalizado, porque não fazemos todos e cada um de nos, uma reclamação pela via da Internet ao Sr. Ministro da Saúde, através do Portal do governo.pt? .Escreva no seu Browser - Portal do Governo.pt - aparecerá o site, na parte esquerda aparece "contacte o governo"- deixemos aí nosso descontentamento.
Seria o completo abismo! o apocalipse das rotinas hospitalares de por um unico dia, todos nós parássemos! Acreditem ou não, já imaginei um dia assim, e visualisei a confusão a correr solta no hospital onde trabalho... Não sei quanto a vocês, mas a mim ja me aconteçeu encontrar uma enfermeira em pânico a perguntar-se onde estavam guardados os resguardos, ou como se coloca uma luva num urinol para prevenir "fugas"... É triste porque chego a conclusão que para alem de sermos desvalorizados, somos tomados como garantidos, nós e as nossas funções, do tipo: "para que é que me vou interessar em saber se o Auxiliar faz por mim??" Pois é. Mas e se um dia o Auxiliar faltar? E se um dia simplesmente ele/a não estiver lá? Então e a campainha que nao vai parar? O gelo por colocar, o urinol, a refeição, a diurese, o soro que acabou e ate ja tem sangue no sistema, o wc por limpar, a tricotomia por fazer, o doente por transportar, o sangue a espera de ir para o laboratorio, a unidade por limpar, o material a espera de ser reposto, a medicação por arrumar, os banhos em espera, as camas por mudar, as fraldas para trocar, os pacientes para levar e buscar do B.O., a sra, que quer um copo de agua e o sr. que precisa ir ao WC e ainda levar uma bala de Oxigenio atras??????? Então quem faz?
olá colegas
Continuo a dizer e insisto...
Precisamosde um sindicato só nosso.
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