13/11/09

AUXILIARES DE ACÇÃO MÉDICA: NÃO SOMOS SACO PARA TUDO

Auxiliares de Acção Médica ou Assistentes Operacionais?
Será só uma designação diferente ou as diferenças são mais profundas?
Iniciei as minhas funções laborais numa unidade hospitalar no norte do país como Auxiliar de Acção Médica. É uma EPE e logo, faz parte do Serviço Nacional de Saúde. Agora, por obra e graça dos políticos deste país, fomos baptizados com outro nome e nem sequer tivemos direito a ser escutados. Eles, os políticos, é que sabem e decidiram que a partir de agora seríamos chamados de Assistentes Operacionais.
Será que foram acautelados todos os nossos direitos e foi tida em conta a nossa dignidade? Encontrei hoje um grupo de profissionais de saúde que quero dar a conhecer: Movimento de  Acção na Saúde
( http://accaonasaude.blogspot.com/ ) que também possui alguns textos interessantes para nos fazer pensar:





Visitem esta página na internet e pensem nas nossas carreiras.

7 comentários:

Anónimo disse...

Colegas

Li alguns dos artigos e pensei – “ E se os Auxiliares de Acção Médica/ Assistentes Operacionais da Saúde, nos Hospitais, Centros de Saúde, etc., fizessem uma greve por tempo indeterminado? “. Colegas, nem as novas tecnologias (em alguns sectores) colmatavam a situação, dado que são muitos de nós que operam com os equipamentos. Estes nossos colegas, têm estado injustamente presos a uma polivalência, que por economicismo ocupam os quadros do pessoal Auxiliar. O Caricato da situação é contratarem Administrativos, que em comparação, auferem um teto salarial superior, com horários e trabalho igual.
Sendo o salário do Auxiliar o que se sabe… O que pensei ao ler os artigos, seria a meu ver insustentável, mas um dia quem sabe… O “ pau para toda a obra” de tanto levar, aprende…
O Servente que não sabia ler nem escrever, é do passado. As habilitações escolares dos nossos colegas, já não são as mesmas. Actualmente muitos têm o 12º Ano ou são trabalhadores-estudantes, com as dificuldades inerentes a nível familiar.
Apesar do sacrifício pessoal, financeiro, e consequente desgaste físico, a progressão não existe, nem o reconhecimento ou mérito.
Fiquei satisfeita há dias, quando li que ia haver uma auditoria a todas as progressões nas carreiras. Quanto a mim, deviam ser afixados todos os nomes de quem progrediu, e internamente, ser bem fundamentado o porquê. Um serviço público de excelência, requer funcionários à altura, com as devidas compensações, incentivos e prémios. Agora digam-me lá onde estão?
Por termos sentido do que é serviço público, o que é estar no lugar do outro, o doente, é que estamos a ser, quase que excluídos da equipa de saúde. Digo quase, porque o utente e outras classes profissionais, reconhecem no nosso papel, um elo fundamental nas Instituições.

josnumar disse...

Ora ainda bem que alguns de nós começamos a abrir os olhos. Muitos portugueses não imaginam como os agora Assistentes Operacionais trabalham! Quem nunca teve a necessidade de ficar internado num hospital, de ir a uma consulta externa, fazer uma análise ao sangue, visitar uma amigo ou familiar a receber cuidados de saúde, esses portugueses desconhecem a importância do nosso trabalho.
Pois, e se um dia os AO/AAM ir para o local do seu trabalho, mas não trabalharem? Garanto-vos que os estabelecimentos de saúde do nosso país se transformariam numa dor de cabeça para médicos e enfermeiros. Não estão a ver um senhor doutor ir buscar uma cadeira de rodas, entrar na enfermaria e sentar o doente nela e transportar a pessoa até ao RX, ou a uma Ressonância e claro, sem esquecer de levar os sangues de outros doentes para o laboratório. Isto, sem esquecer de levar a requesição do RX. E se o senhor ou a senhora da cama 999 tocasse a campainha para ir ao W.C.?
Quem daria banho no chuveiro aos doentes semi-dependentes e ainda dar uma mãozinha ao enfermeiro/a áquele senhor/a acamada?E chegada a hora do jantar, quem em 45 minutos ajuda e dá a refeição a quem necessita de ajuda?
Todas estas tarefas e outras ainda mais importantes misturadas com outras tarefas de higiene e limpeza que parece ser exclusivo dos AO/AAM ?
Nem quero imaginar um dia assim...mas quem sabe se não será a martelada certa para que as nossas vidas tenham outro sabor.

Anónimo disse...

Josnumar

O colega sabe o que é ter de repor papéis nos gabinetes (receitas, requisições), transportar e mobilizar doentes, acondicionar roupa suja, arrumar a limpa, lavar material, fazer a esterilização, arrumar o material geral, sutura e penso, farmácia, receber mensagens e transmitir (verbais ou por telefone, lavar doentes, mudar fraldas ou roupas de cama, despejar diureses, arrumar as unidades, repor material nas gavetas, transportar processos e devolver os mesmos, levantar ou entregar resultados, comunicar faltas e avarias, desinfectar material, substituir o rolo da maca, toalhetes, papel higiénico, desinfectantes, sabonete, preparar refeições ligeiras, cortar os alimentos ou dar à boca aos doentes, entregar material biológico, auxiliar o doente na marcha, fazer altas, montar aspiradores, etc., etc., etc. Mais alguns imprevistos que não interessa aqui referir. Este é apenas um pequeno exemplo de forma aleatória. Como diz um amigo meu: - “Cada macaco no seu galho”.

Anónimo disse...

Daqui a pouco, pelo andar da carruagem, seremos "Mão de obra não qualificada" e os srs. Enfermeiros serão "Auxilliares de Acção Médica".

Anónimo disse...

Posso deixar uma Ideia?!!
Se o nosso descontentamento é generalizado, porque não fazemos todos e cada um de nos, uma reclamação pela via da Internet ao Sr. Ministro da Saúde, através do Portal do governo.pt? .Escreva no seu Browser - Portal do Governo.pt - aparecerá o site, na parte esquerda aparece "contacte o governo"- deixemos aí nosso descontentamento.

Anónimo disse...

Seria o completo abismo! o apocalipse das rotinas hospitalares de por um unico dia, todos nós parássemos! Acreditem ou não, já imaginei um dia assim, e visualisei a confusão a correr solta no hospital onde trabalho... Não sei quanto a vocês, mas a mim ja me aconteçeu encontrar uma enfermeira em pânico a perguntar-se onde estavam guardados os resguardos, ou como se coloca uma luva num urinol para prevenir "fugas"... É triste porque chego a conclusão que para alem de sermos desvalorizados, somos tomados como garantidos, nós e as nossas funções, do tipo: "para que é que me vou interessar em saber se o Auxiliar faz por mim??" Pois é. Mas e se um dia o Auxiliar faltar? E se um dia simplesmente ele/a não estiver lá? Então e a campainha que nao vai parar? O gelo por colocar, o urinol, a refeição, a diurese, o soro que acabou e ate ja tem sangue no sistema, o wc por limpar, a tricotomia por fazer, o doente por transportar, o sangue a espera de ir para o laboratorio, a unidade por limpar, o material a espera de ser reposto, a medicação por arrumar, os banhos em espera, as camas por mudar, as fraldas para trocar, os pacientes para levar e buscar do B.O., a sra, que quer um copo de agua e o sr. que precisa ir ao WC e ainda levar uma bala de Oxigenio atras??????? Então quem faz?

Anónimo disse...

olá colegas

Continuo a dizer e insisto...
Precisamosde um sindicato só nosso.