22/11/12

MENSAGEM AOS ASSISTENTES OPERACIONAIS DE SAÚDE EM PORTUGAL




03/11/12

CONFORTO E LIMPEZA NO HOSPITAL

 
   O Hospital de São João, no Porto, vai reduzir o número das horas contratadas com a Coforlimpa que assegura a limpeza naquela unidade hospitalar. O contrato de 30.000 horas vai baixar para 22.000 já em Novembro, talvez a partir de hoje de manhã. No próximo mês de Dezembro irão ser reduzidas ainda mais horas ( ficarão 16.000) para em Janeiro de 2013 ficarem nas 10.000 horas.
   Com a obrigação de reduzir os gastos com a rubrica "Fornecimento de Serviços Externos" devido ao rigor Orçamental do Estado para 2013, o Hospital cortou nos serviços de limpeza.
   Porquê uma redução tão enorme nas limpezas? Horas contratadas em excesso ou má gestão dos recursos destacados para a limpeza? Da tarde para o dia seguinte proceder a uma mudança de procedimentos não é nada bem pensado. Ouviu-se falar aqui e ali que alguma coisa ia mudar, mas de concreto e oficial nada se confirmava. Alguns colegas foram simplesmente alertados para a possibilidade de neste fim de semana terem que executar as tarefas da limpeza das enfermarias e restantes espaços do serviço. Fala-se que aos fins-de-semana a limpeza estará sob a responsabilidade dos Assistentes Operacionais. O que ganha o doente com esta mudança? Não que os Assistentes Operacionais recusem efectuar as limpezas, porque manter o local de trabalho limpo e desinfectado é também uma das suas funções. O que preocupa é não possuir as ferramentas adequadas e em perfeitas condições para executar uma limpeza ideal e que garanta a segurança dos doentes internados, dos profissionais que trabalham no hospital, bem como quem vem de visita ou a consultas. Porque não se acautelou primeiro a existência ou não dessas ferramentas indispensáveis à realização da limpeza?
   Quem trabalha num serviço de internamento hospitalar sabe que normalmente aos fins-de-semana aumenta o número de doentes internados. Consequentemente, também aumenta o número de pessoas a que os profissionais devem prestar cuidados de higiene, de conforto e bem-estar. São mais banhos, são mais roupas e camas para mudar, mais tempo para ajudar os doentes a tomar devidamente as suas refeições, mais campainhas a atender...e se de manhã trabalham dois assistentes operacionais com os enfermeiros nas enfermarias, os turnos da tarde passa a um elemento para todos os doentes, surgem unidades para limpar porque o doente teve entretanto alta médica, transportar os doentes para a realização de exames médicos, transportar amostras para os laboratórios, transferências de doentes para outros serviços...
   Com tantas tarefas para realizar o Assistente Operacional sofre de um maior desgaste físico e que certamente não terá o tempo necessário para as levar até ao fim com total segurança e com a qualidade devida, podendo cair na tentação de aligeirar algumas dessas tarefas.
   Enquanto a situação não for devidamente esclarecida, os Assistentes Operacionais devem procurar manter o equilíbrio e evitar entrar em conflitos com outros profissionais, designadamente com as equipas de enfermagem e médicos. Os Assistentes Operacionais têm que ser capazes de pôr em prática uma série de estratégias que ajudem a facilitar a execução das tarefas. Uma dessas estratégias é a de sermos prestáveis e cordiais com todos e sabermos ocupar sempre o nosso lugar.
   Sabemos que o Assistente Operacional é frequentemente chamado para fazer actividades que nem sequer são da sua competência. Temos que conhecer e saber o que podemos e o que não devemos executar e  saber dizer não a quem nos exige uma tarefa que não nos tenha sido devidamente ensinada e muitas vezes sem a super-visão do profissional de saúde que deve saber e deve fazer essa mesma tarefa que nos está a ser solicitado para a executarmos.
   Limpar um serviço hospitalar exige muito trabalho e como já disse cada serviço deve possuir todas as ferramentas necessárias e as mais adequadas para a realização do trabalho. Sem ovos, não se podem fazer omeletes...