12/04/15

AS TEORIAS DE UM ASSISTENTE OPERACIONAL


Sobre o programa do IEFP chamado os CEI e CEI +, ou seja contratos de emprego e inserção, cada vez mais acho que continuo a ter razão com toda a modéstia sobre a eficácia e eficiência do mesmo, e passo a explicar o porquê, e principalmente em pilares bases de uma sociedade como a Educação, Justiça e Saúde, neste caso irei falar na área da saúde que é a minha.
Na área em que trabalho nomeadamente num hospital, mas é generalizado e em relação ao programa dos CEI e CEI +.
Está a acontecer em todo o País e delegações do IEFP, o uso e abuso deste tipo de programas e das pessoas que são chamadas para fazer o mesmo na área da saúde, que chegam às mesmas instituições vindas de todas as áreas menos da área da saúde, sem qualquer tipo de formação, e pior que depois na instituições também não lhes é dada, e estamos a falar de uma área tão sensível que é a vida das pessoas, estão a ocupar postos de trabalho em toda a sua plenitude o que é mais que proibido, enquanto os impostos dos Portugueses e as verbas que vêm da UE estão ser aplicadas em formação da nova categoria de "Técnicos Auxiliares de Saúde" e depois eles não são recrutados pelas Instituições de saúde, esses sim com formação especifica para trabalharem na saúde, pois recrutam os CEI e CEI + porque ficam mais baratos às mesmas, mas as infecções hospitalares entretanto então a aumentar de forma galopante, pois se os CEI e CEI + não sabem fazer a respectiva separação de resíduos hospitalares, o próprio tratamento inter pessoal e de comunicação com os doentes, e até com os colegas, está a ser posto em causa, com as reclamações dos mesmos doentes de serem mal tratados ou de incompleta indiferença por parte dos mesmos, que motivação os mesmos podem ter, que sentido de responsabilidade podem ter se sabem que não irão ficar na Instituição, e continua-se a falar de falta de formação dos CEI e CEI +, e mais as Instituições telefonam para as delegações do IEFP e dizem que querem que lhe enviem certa pessoa, ou seja indicia o chamado favor e ou cunha, esta situação é generalizada por todo o País.
Nem um teste psicotecnico é feito aos mesmos, se tem perfil para a área da saúde.
Acabam os mesmos por andarem perdidos dentro das instituições, e as delegações do IEFP estão a fazer chantagem aos mesmos para aceitar irem a fazer CEI e CEI +, se não cortam-lhes os subsídios que possam estar a receber, situação que também por lei é proibido.
Está a tornar-se uma situação insustentável e até inadmissível, estão a colocar um dos pilares mais importantes de uma sociedade que é a área da saúde em causa.
E uma vez mais questiono, que irão fazer aos novos e já existentes "Técnicos Auxiliares de Saúde", que tanto tem sido investido nos mesmos.
Deixo aqui um apelo para que se faça uma auditoria interna às delegações do IEFP, para solucionarem este problema, eu pessoalmente e como profissionais de saúde há mais de 10 anos, estou totalmente contra este tipo de programas e como estão a ser usados.
Esta situação muito problemática, e que se está a tornar insustentável.
Lamento muito a minha frontalidade, mas esta minha opinião a mesma vem já do ano de 2009 quando começaram com estes programas, antes chamados de POCD, Programas Ocupacionais de Desempregados, mas é que no dia a dia apercebo-me se situações que até evito de colocar aqui, porque sou profissional e tenho sentido de responsabilidade e principalmente de sigilo profissional. 
Enfim e afins.
João Fael, assistente operacional no activo.

8 comentários:

Fátima Pimenta disse...

Boa tarde, concordo plenamente com tudo o que escreveu, partilho do mesmo sentimento. Nós os profissionais, cada vez, vemos a nossa profissão de Assistentes Operacionais da Saúde como algo banal e sem profissionalismo, algo que eu não aprendi e nem deve de ser tomado tal pois estamos a prestar cuidados de saúde A SERES HUMANOS E NÃO NÚMEROS OU COISAS.

Unknown disse...

Olá, de momento estou desempregado e anda difícil arranjar trabalho. Estou seriamente a pensar em ir para auxiliar de acção médica mas estou com receio de não me dar bem pois há coisas que não tenho estômago para as fazer ou penso que não...
Dou muito valor ao que estes profissionais fazem visto que a minha mulher e o irmão dela são auxiliares de acção médica.

Helga Jorge disse...

Olá bom dia, concordo plenamente.Também eu sou assistente operacional mas na área da educação, onde a situação é exatamente igual. Abrem-se tantos concursos aparecem imensos candidatos com aptidões para as funções desejadas e no final só são colocados 1/3 das pessoas necessárias, as restantes vão buscar-se a esses programas. A maior parte das vezes são pessoas sem qualquer experiência no ramo e até mesmo sem interesse em aprender e o mais grave é não haver qualquer tipo de cuidado em relação a isso e nem tão pouco têm o profissionalismo do sigilo, o que é muito grave afinal nas escolas nós apercebemo-nos de muitas situações em que se devem proteger as identidades das crianças que têm problemas de vários tipos e gravidades e estas pessoas não sabem nem têm a conduta certa para o fazer.

Anónimo disse...

Eu acabei agora o curso TAS tecnico auxiliar de saude do IEFP . São 18 meses e não é um curso facil. Conclui com boas notas e com um estagio de nota 4 de 1 a 5. Agora aguardo por conseguir uma colocação.

Nuno Pinto disse...

Ola boa tarde. Com o tempo iras aprender a lidar com todas as situações na hora vais buscar forças nem sabes onde

Unknown disse...

Eu concordo em parte com o que foi escrito , mas sinceramente e por trabalhar na area da saude posso concluir que nem sempre quem tira um curso ou faz formacao e melhor do que aquele que para la foi sem formacao nenhuma ja trabalhei com casos que quem sabia era quem pior exercias as suas funcoes e quem pior tratava os utentes assim como pouco se preocupava com a separacao dos residuos hospitalares temos os bons que querem aprender e os que la estao porque precisam do ordenado ao fim do mes infelizmente esta a ser visivel em varias areas nao somente na saude que e a que se encontra pior

Anónimo disse...

Totalmente de acordo com o seu comentário.
Enquanto não mudarem as mentalidades dos decisores, nada poderá ser alterado. São as próprias Direcções dos hospitais que consideram as tarefas desempenhadas pelos Técnicos Auxiliares de Saúde (TAS) de menores e sem qualquer tipo de responsabilidade - podendo assim ser realizadas por pessoas sem também qualquer tipo de formação. No parecer dos Administradores e Directores, o bom desempenho dum TAS não representa ou trás qualquer benefício ou bem-estar aos doentes. É por isso que, quando as Administração de um hospital recrutam pessoal para executar as tarefas do TAS, o perfil profissional que exigem é o mínimo dos mínimos. E é exactamente por isso que também pagam o mínimo - o Salário Mínimo.

Anónimo disse...

Eu sou assistente operacional à dois anos, entrei para o hospital sem formação nenhuma.. Nunca tinha visto nada daquilo, hoje, amo o meu trabalho, não mudaria por nada, sim sofremos muito e não somos reconhecidos mas amo o que faço e penso que seja por isso que os que estão à mais tempo na profissão que eu ainda não tenham desistido... Se queres muito faz.