03/11/13

É HORA DE ACORDAR



   É preocupante a actual situação profissional dos Assistentes Operacionais. Não imaginava que íamos chegar ao ponto que estamos a viver. O momento sócio-económico que o país atravessa não agrada a ninguém e todos os portugueses desejam que isto acabe. Os Assistentes Operacionais estão a ser vítimas das decisões políticas e também do modo como estão a encarar a profissão.
   Em 2008, o Governo do Sr.Sócrates arrumou de vez com as carreiras dos então Auxiliares de Acção Médica. Ao aprovar a Lei 12-A/2008 criou o novo regime de vínculos, carreiras e remunerações. Os trabalhadores que integravam os Serviços Gerais de Saúde, grupo onde estavam os Auxiliares de Acção Médica, passaram a pertencer a três grandes grupos de profissionais:
                                         - Técnicos Superiores
                                         - Assistentes Técnicos
                                         - Assistentes Operacionais
   É conhecida a enorme quantidade de assistentes operacionais e as inúmeras tarefas que lhes estão atribuídas. Tanto é Assistente Operacional um motorista, como o é um electricista, um contínuo de escola, um vigilante de um hospital ou um assistente que trabalha num internamento de um serviço de saúde. E cada um destes trabalhadores executa tarefas importantes, mas diferentes.
   Os Assistentes Operacionais ( que trabalham na área da saúde ) parecem andar sem norte. O sindicato e a associação que os representa andam cada qual a caminhar para seu lado. Os sindicalistas vão gritando e exigindo ao Ministério da Saúde a criação da Carreira de Técnico Auxiliar de Saúde. Têm razão, pois o curso profissional aprovado pelo Ministério da Educação está a ser leccionado em muitas escolas secundárias e em muitas escolas profissionais. Até nos centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional se ministra o curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde. Mais:  é um curso profissional apoiado pela União Europeia, os alunos recebem um subsídio de alimentação e dinheiro para transportes. Também os professores ( e as escolas ) recebem apoios monetários. Ou seja, trata-se de dinheiros públicos e que se destinam a melhorar e qualificar os futuros "assistentes operacionais", pois o Técnico Auxiliar de Saúde é o profissional que vai exercer as funções dos actuais Assistentes Operacionais. O mau disto é que não se criou a carreira do Técnico Auxiliar de Saúde e pior é que o senhor Secretário de Estado da Saúde anda a gozar com os sindicatos e daqui a uns tempos vamos ter centenas de  jovens diplomados e com estágio realizado e sem trabalho, sem carreira, sem futuro em Portugal.
   Se a isto juntarmos a total apatia e desinteresse das administrações hospitalares em colocarem em prática as recomendações, enviadas atempadamente pela ACSS , Administração Central do Sistema de Saúde - http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/PRIORIDADESFORMATIVAS2013.pdfrelativamente à "requalificação" dos actuais Assistentes Operacionais, tendo como base orientadora, o Referencial de Competências e Formação do Curso Profissional dos Técnicos Auxiliares de Saúde, para que também tenham a mesma oportunidade de obter saberes e competências iguais aos que terminam o curso de TAS, é preocupante e está a criar desanimo e frustração em milhares de profissionais.

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