Estamos a começar a receber novos colegas nos serviços de saúde. São gente jovem que vêm estagiar, num contexto de trabalho, o curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde. Este técnico corresponde ao anteriormente designado Auxiliar de Acção Médica, hoje conhecido por Assistente Operacional, grupo de profissionais que incluem pessoas afectas às funções de motorista, telefonista, limpeza, lavagem de roupa, cozinheiros, electricistas, serralheiros, carpinteiros, maqueiros, vigilantes, por exemplo. Ou também os até agora chamados Auxiliares de Acção Educativa, também foram enviados para a gaveta dos Assistentes Operacionais. E este grupo de operários somam mais de 133.000 assistentes operacionais, havendo muitos destes profissionais com baixas qualificações escolares.
O mundo está em constante mudança e o mundo da saúde é exemplo de profundas alterações. Era urgente haver uma melhoria qualitativa nos saberes deste grupo tão importante no bom funcionamento dos serviços de saúde.
De há quatro anos para cá falar de formação e mudanças tem sido tema muito corrente. E as mudanças começam a surgir, à medida que o tempo avança vamos encontrando colegas mais novos a estagiar. Oxalá sejam uma lufada de ar fresco! Saibamos receber estes novos colegas.É normal que os novos não tenham ainda o nosso ritmo de trabalho. A maioria nunca trabalharam e desconhecem o ambiente em que nos movimentamos diariamente.
Leiam o que a nossa colega Zulmira Ribeiro, da ATSGS-delegação do Norte escreveu no Boletim Informativo da associação:
"Caros colegas, somos o segundo sector mais representativo no Serviço Nacional de Saúde e a nossa imagem conta cerca de 95% para o primeiro impacto que qualquer pessoa tem ao contactar connosco, por isso devemos ter: Uma boa postura, comportamentos adequados, conhecimentos das nossas competências, e não ir além daquilo que são as nossas funções. Se nós transmitirmos uma imagem digna, os utentes / doentes, terão a maior confiança e respeito em nós Assistentes Operacionais, quando lhes prestamos cuidados muito técnicos e específicos com dedicação, empenho e humanização. Actualmente, com a evolução sócio cultural, as exigências são cada vez maiores por parte do mundo empresarial, em que se tornaram os Hospitais. Deixo aqui um apelo aos colegas, façam o RVCC até ao 9º ou 12º ano, não é nada complicado, são conhecimentos de competências baseados em vivências profissionais e escolares, assim enriquecem tanto a nível pessoal como profissional. Lembrem-se que os jovens que vão entrando para a nossa profissão, possuem maiores habilitações, um elevada capacidade de evolução e aprendizagem.
Não devemos parar no tempo, pois chegou a altura de mudarmos as nossas práticas, atitudes e comportamentos, só assim conseguiremos atingir os nossos objectivos com recurso à nossa valorização pessoal e profissional, para que a nossa profissão seja reconhecida pelos nossos saberes, sem nunca esquecer que o doente está acima de tudo e é a razão da nossa existência".
df
7 comentários:
Boa noite e saudações para todos os assistentes operacionais.Trabalho num centro hospitalar do norte.Já faz quase trinta anos e era auxiliar de acção médica principal,agora somos todos iguais,quando iniciei funções tinha o terceiro ano curso geral do liceu, o actual nono ano,nunca saí de auxiliar. Fiz esse processo RVCC para ter a certificação do 12ºano e continuo como antes ,valeu o sacrifício? Não tenhamos ilusões.
escolaridade,antigo
Boa tarde.
Espero que valha o sacrificio, senão valeu pela realização profissional.
Agora eu não entendo outra coisa, os jovens que andam pelos hospitais a ver como se trabalha, tem 16 anos e estão no 1º ano do curso(alguns). Ora que eu saiba, com 16 anos, não se pode trabalhar. Se esses mesmos recorrerem à urgencia e precisarem de ser hospitalizados vão para o serviço de Pediatria, mas agora assistem a tudo e se quiserem até ajudam como qualquer adulto. Alguém que me explique esta discrepância. Imagino que haja algo na lei que esteja esquecido.Será?!
Peço desculpa, eu disse realização profissional,mas não, valeu pela realização pessoal.
Pois realização e validação profissional são as causas do nosso descontentamento. E isso irá continuar.Até quando!?... não se sabe.
Eu, quando iniciei funções no hospital, e já lá vão 35 anos,era-me pedida a 4ª classe. Até hoje sempre fui uma auxiliar com grande desempenho. Não vai ser agora, que continuo a ter a 4ª classe, me vão considerar uma não qualificada.Eu gostava de ver esses senhores que tanto apregoam o RVCC a lutarem por aqueles que têm mais tempo de serviço que a maioria deles. Saibam tratar das coisas com igualdade.Ao que me parece, vou passar a ser uma inútil. Lamento.
Sabem o que penso de tudo isto que se está a passar com os assistentes operacionais é o seguinte: - Tudo isto é um faz de conta. Não acredito, nem posso acreditar, naquilo que nos vão encharcando com conversa repetitiva por elementos com cargos de responsabilidade na associação. Nas jornadas/congressos dizem tantas coisas, mas fica sempre qualquer coisa por dizer, pois dizem "vamos reunir com o sr. secretário de estado , com os presidentes das ars", mas depois nada sai cá para fora. Por que raio quem trabalha há dezenas de anos como auxiliar, hoje assistente, ainda tem que fazer o rvcc? será que os nossos chefes, administrações, chamem-lhes o que muito bem entenderem, não têm conhecimento daquilo que cada um de nós fez e faz? Quero acreditar, que isto não é nenhuma brincadeira por parte de alguém.Já agora, por sinal alguém sabe o que vai acontecer aos nossos chefes? vão continuar a terem como categoria a de encarregadas/os operacionais, vão ter que fazer o rvcc para serem o quê? Digam-me lá como posso acreditar naquilo que ouço, pois sobre isto nada ouvi.Dizem-nos que vamos ficar debaixo do "chicote" do enfermeiro, nada disso me espanta pois actualmente já estamos e ninguém se preocupa. Desculpem ser imensamente pessimista, mas tenho que o ser, pois no que nos diz respeito estamos a baixo de c...(ão). Sejam sinceros, honestos, frontais,etc, mas digam-nos de uma vez por todas que está a chegar o nosso fim de linha. Não consigo pensar noutra coisa e como eu muitas/os outras/os. Já lá vai o tempo em que sonhava que ser auxiliar tinha uma míngua de valor, passei a assistente( de facto soa bem ao ouvido para aquele que ainda ouve, mas eu já deixei de ouvir). O nome diz tudo, assistente (aquele que assiste, ouvinte, adjunto), pois é continuamos a assistir, mas só assistir, continuamos a ouvir, mas que me adianta se já não tenho ouvidos para ouvir? Operacional, até nisto temos azar, pois é um termo relativo às operações militares, mas como nunca fui militar, (quando tinha idade as senhoras não prestavam serviço militar), e como não fazemos parte de uma instituição militar que valor temos? Por favor, como deixei de ouvir não ouço, como deixei de assistir não assisto, mas peço-lhes, continuem a acreditar mesmo que estejamos no fim da linha...
À grande CHINELO,estamos, nós assistentes operacionais, a ser vítimas desta chafurdice toda. Não há ninguém a pegar o touro pelos cor... e fazer uma pega em condições. Afinal, alguém tem falado com o ministério da saúde, ou entram na porta do lado, ou não saem da porta do hotel.
Parece que não lêem ou ouvem as notícias. Dizem que somos o 2º grupo mais representativo no ministério da saúde, mas pelo que se ouve somos os primeiros e a seguir os assistentes técnicos a irem para a mobilidade especial. Estou-me borrifando para a minha representatividade. Continuemos a dormir que quando acordarmos já o sol se pôs sem que alguém desse conta. Como é possível alguém, ainda, acreditar que valemos alguma coisa. Ai valemos, valemos, mas é para todos nos, desculpem o termo, nos enrabicharem. Tudo está calmo, sindicatos, associação e muitos de nós. Tenho receio daquilo que se está a aproximar pela calada, alguém sabe mas não quer dizer. faz-me lembrar as tardes do mês de Maio, o tempo estava calmo, começavam a aparecer umas nuvens muito escuras e de repente chuva a cântaros. Acreditem que é verdade é isto que se vai passar connosco. Até qualquer dia de melhor inspiração.
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