23/04/13

OS CÃES ESTÃO CALADOS


  Anúncio do curso Técnico Auxiliar de Saúde

   Estou a começar a ficar preocupado com a proliferação de escolas que incluem nas suas ofertas formativas o curso profissional de Técnico Auxiliar de Saúde. Para além das escolas secundárias sob a tutela do Ministério da Educação, muitas empresas de formação também estão a aceitar jovens para frequentar este recente curso profissional da área da saúde e até têm o apoio de entidades oficiais, como o IEFP, por e
   Olhando para a foto acima dá vontade de perguntar: quantos cursos de Técnico Auxiliar de Saúde existem e que sejam aprovados e homologados pelo Ministério da Educação e cujos alunos recebem no final do curso, caso aprovem em exame final, um DIPLOMA ( Certificado Aptidão Profissional ) e depois ter a possibilidade de entrar no mundo laboral ( hospital, centro de dia, lar, clínica...)?
   E que ideias são incutidas aos alunos destes cursos? Apenas teorias? E quem orienta estes alunos quando caiem de pára-quedas  num serviço de um grande hospital? Quem os avaliará no final do estágio em ambiente de trabalho?
   São preocupações minhas, mas até que era interessante os colegas partilharem as suas experiências mais recentes.
   Como devem saber e se não sabem é melhor que comecem a saber, a saúde e os profissionais em Portugal vão entrar numa fase de importantes mudanças. Desta vez, os actuais assistentes operacionais não podem manter-se sentados a ver passar a caravana do circo, os cães estão calados e quando isso acontece, atacam de surpresa e enfiam os dentes na carne e deixam a vítima a sangrar e a sofrer.
   
   

9 comentários:

Anónimo disse...

Mas afinal o que quer que a gente faça?...não adianta vir meter medo com os fantasmas do curso Tecnico Auxiliar de Saude, que mais não È que curso de Auxiliar de Ação médica, pois as funções são rigorosamente as mesmas. Se o governo nos quiser equiparar, fá-lo em 2 tempos, senão quiser de nada nos adianta. O que eu mais tenho è formação,centenas de horas de formação em varios temas, equivalencia ao 12ºano, mas ninguém tem respeito por nós, pois somos os parentes pobres da saúde e isso dá jeito a muito boa gente. Sou Assistente Operacional a quem já chamaram Auxiliar de Acção Médica e exijo que me respeitem. Faço o meu trabalho da melhor forma que sei e considero-me uma funcionária tão ou mais eficiente que muitos,que têm uma licenciatura e usam-na para dar ordens e delegar funçoes e levar os louvores e o dinheiro ao fim do mês.

josnumar disse...

O curso TAS não me mete medo, muito menos que seja um diabo que nos vai queimar daqui para a frente. Eu concordo com a aprovação deste curso profissional, mais, já devia ter sido aplicado e colocado em prática o que agora estão a iniciar. Tenho poucos anos de profissão, mas também fui Auxiliar de Acção Médica e agora chamam-me Assistente Operacional. Nada que me importe, desde que seja devidamente respeitado e compreendido.
O que quero que os actuais Assistentes Operacionais façam é apenas e só uma reflexão e uma partilha das situações reais que estão a surgir nos diversos serviços hospitalares. Os alunos estagiários aparecem num determinado serviço e sem apoios de ninguém. São apresentados pelos/as enfermeiros/as chefes e são os actuais assistentes operacionais que os vão ensinar a trabalhar. Assim sem mais, sem objectivos, sem orientador de estágio...é isto que me está a deixar preocupado. Quem avaliará o trabalho, a competência, a atitude destes jovens? É ou não importante fazer um bom estágio em ambiente hospitalar?
É que pela experiência vivida nestes dois dias deu já para perceber que estes futuros colegas não sabem o Referencial de Competências que rege o curso Técnico Auxiliar de Saúde, mais, nem sequer se preocupam em munirem-se de um bloco para escrever notas do que vão aprendendo...aumentando assim as possibilidades de obterem boa nota de estágio.
Todos sabemos que os estágios profissionais, por norma, não são gratuitos e há dinheiro para o estabelecimento de saúde e para os orientadores. E com estes casos como se está a passar?
Vamos ver se alguém sabe. Era bom até saber.

Anónimo disse...

Agora concordo consigo, também me vêm entregar (futuros tecnicos auxiliares)para observarem o meu trabalho,em determinado turno, depois voltam à escola que os forma, para continuarem o estudo. Também não entendo isso. Se eu sirvo para exemplificar as tarefas, também devo servir para receber automaticamente a equivalência de Tecnica Auxilar de Saude quando for criada LEGISLAÇÃO para o .efeito

josnumar disse...

Caro colega, acertou na moche!

Anónimo disse...

Se o governo nos quiser equiparar, fá-lo-á quando bem entender senão quiser de nada nos adianta. Tambem eu fiz centenas de horas de formação, em varios temas, equivalencia ao 12ºano, mas ninguém tem respeito por nós, somos mesmo como já alguem disse os parentes pobres da saúde e isso dá realmente jeito a muito boa gente.Mas concordo que deva haver uma legislação que nos proteja e diferencie porque no fundo quando já temos bastante tempo de serviço com pratica bem adiquirida e muita formação teórica e ainda assim continuamos a adquirir formação e saberes que mais querem eles,essa gente, que nos põe entraves para termos alguma dignidade na nossa profissão

Anónimo disse...

Olá, fiquei surpreendida por haver um blogue que fale sobre auxiliares. Desde já o felicito . Sou Auxiliar de acção medica há 15 anos Em 1999 abriu um hospital novo cá na área e a comissao instaladora da altura promoveu uma formação,aprovada por fundos comunitários, de meio ano em que tivemos formação teórica e pratica com direito a estagio num hospital. lembro- me na altura de sermos gozados pela enfermagem pois desde quando é que auxiliares tinham estágios, em alguns serviços por onde passei houve enfermagem que se recusou a ternos ao seu lado. Claro que isto foi tudo para inglês ver quando o hospital abriu poucos foram os que ficaram com contrato. sou a favor de formações como deve ser, por exemplo sei que na França tem um curso de um ano e desempenham outras funções. Aqui em Portugal nunca vamos passar da cepa torta e sinceramente acho que a promoção destes cursos são apenas para fazer dinheiro.
Luísa Reis

Anónimo disse...

O que é que o assistente operacional de saúde ( Auxiliar de Saúde ) precisa de fazer para garantir a qualidade na prestação de cuidados?

Agradeço resposta,

COM TODA A SINCERIDADE, ANÓNIMO.

Anónimo disse...

ora aí está uma boa questão.


CHINELO disse...

Sabem o que penso de tudo isto que se está a passar com os assistentes operacionais é o seguinte: - Tudo isto é um faz de conta. Não acredito, nem posso acreditar, naquilo que nos vão encharcando com conversa repetitiva por elementos com cargos de responsabilidade na associação. Nas jornadas/congressos dizem tantas coisas, mas fica sempre qualquer coisa por dizer, pois dizem "vamos reunir com o sr. secretário de estado , com os presidentes das ars", mas depois nada sai cá para fora. Por que raio quem trabalha há dezenas de anos como auxiliar, hoje assistente, ainda tem que fazer o rvcc? será que os nossos chefes, administrações, chamem-lhes o que muito bem entenderem, não têm conhecimento daquilo que cada um de nós fez e faz? Quero acreditar, que isto não é nenhuma brincadeira por parte de alguém.Já agora, por sinal alguém sabe o que vai acontecer aos nossos chefes? vão continuar a terem como categoria a de encarregadas/os operacionais, vão ter que fazer o rvcc para serem o quê? Digam-me lá como posso acreditar naquilo que ouço, pois sobre isto nada ouvi.Dizem-nos que vamos ficar debaixo do "chicote" do enfermeiro, nada disso me espanta pois actualmente já estamos e ninguém se preocupa. Desculpem ser imensamente pessimista, mas tenho que o ser, pois no que nos diz respeito estamos a baixo de c...(ão). Sejam sinceros, honestos, frontais,etc, mas digam-nos de uma vez por todas que está a chegar o nosso fim de linha. Não consigo pensar noutra coisa e como eu muitas/os outras/os. Já lá vai o tempo em que sonhava que ser auxiliar tinha uma míngua de valor, passei a assistente( de facto soa bem ao ouvido para aquele que ainda ouve, mas eu já deixei de ouvir). O nome diz tudo, assistente (aquele que assiste, ouvinte, adjunto), pois é continuamos a assistir, mas só assistir, continuamos a ouvir, mas que me adianta se já não tenho ouvidos para ouvir? Operacional, até nisto temos azar, pois é um termo relativo às operações militares, mas como nunca fui militar, (quando tinha idade as senhoras não prestavam serviço militar), e como não fazemos parte de uma instituição militar que valor temos? Por favor, como deixei de ouvir não ouço, como deixei de assistir não assisto, mas peço-lhes, continuem a acreditar mesmo que estejamos no fim da linha...