Os jornais por vezes trazem para a opinião pública o problema dos doentes que morrem nos hospitais por erro na medicação que lhes foi administrada.
O Jornal de Notícias divulgou esta semana que a administração errada de medicamentos aos doentes hospitalizados é responsável pela morte anual de 7000 portugueses. Os erros sempre existiram e continuarão a existir. Até se diz que é com os erros que aprendemos. Estou de acordo, mas há diferentes graus de erros. E no hospital, o erro com medicamentos deve ser evitado e todos os profissionais que ali trabalham têm que saber e esforçar-se por não errar.
As notícias sobre erros na administração de medicamentos já não são só de agora.
O Jornal de Notícias divulgou esta semana que a administração errada de medicamentos aos doentes hospitalizados é responsável pela morte anual de 7000 portugueses. Os erros sempre existiram e continuarão a existir. Até se diz que é com os erros que aprendemos. Estou de acordo, mas há diferentes graus de erros. E no hospital, o erro com medicamentos deve ser evitado e todos os profissionais que ali trabalham têm que saber e esforçar-se por não errar.
As notícias sobre erros na administração de medicamentos já não são só de agora.
O Sistema é culpado de tudo, até das mortes causadas administração errada dos medicamentos que os doentes hospitalizados tomam ou não tomam. Mas, o Sistema não é feito por humanos? O doente é que sofre as consequências do “sistema”.
Quando é que se assumem as responsabilidades de errar? Se errar é humano, porque não se assumem os erros? Desde o médico que escreve as receitas com letras que só ele entende, os farmacêuticos que enviam para os serviços do hospital, os enfermeiros que recebem e os que administram (ou deixam na mesinha de cabeceira), os auxiliares de acção médica, terminando nos familiares dos doentes, todos devíamos ter uma atitude mais responsável em relação aos medicamentos.
Quando é que se assumem as responsabilidades de errar? Se errar é humano, porque não se assumem os erros? Desde o médico que escreve as receitas com letras que só ele entende, os farmacêuticos que enviam para os serviços do hospital, os enfermeiros que recebem e os que administram (ou deixam na mesinha de cabeceira), os auxiliares de acção médica, terminando nos familiares dos doentes, todos devíamos ter uma atitude mais responsável em relação aos medicamentos.
Diz a presidente da Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares ( APAH), Aida Baptista que “estes erros existirão sempre e sem culpados” pois “é o sistema que falha” e que “muitos erros destes são escondidos, por receio dos profissionais serem acusados.
Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, diz que “em Portugal não existe um registo fiável das causas de morte”. E diz também que “são feitos milhões de actos médicos por dia nos hospitais portugueses, é natural que se cometam alguns erros”.
Para já, o bastonário considera que "grave, grave" é a inexistência de "um registo fiável das causas de morte em Portugal", o que, segundo disse, deverá melhorar em breve, pois esta é uma área em que a Direcção-Geral da Saúde está a trabalhar.
Os profissionais da saúde trabalham com sentido de responsabilidade. Eu, como Auxiliar de Acção Médica, exerço as tarefas que me são atribuídas agindo sempre com uma atitude responsável e contribuindo para o bem do doente internado. Mas apesar de todos os cuidados, às vezes falho. Contudo, nunca até hoje, pelo menos que seja do meu conhecimento, enquanto auxiliar de acção médica, dei medicamentos errados aos doentes. Primeiro, porque eu não sou médico, nem sou farmacêutico e nem sou enfermeiro. E segundo, porque como auxiliar de acção médica, confio nas indicações que os médicos e os enfermeiros me transmitem sempre que me solicitam ajuda e colaboração para administrar um medicamento. Por isso, não entendo é que seja culpado o sistema por esse erro cometido, inconscientemente ou não, por um profissional de saúde. Porque é que cada um não assume as suas responsabilidades? O erro pode acontecer em qualquer fase do circuito que o medicamento faz até chegar ao doente. E como é registado esse circuito? Há ou não registos informáticos e/ou papel escrito desde o momento em que o médico prescreve o medicamento até que este seja administrado ao doente? Todo o doente tem um número assim que entra no hospital. Aí começa o registo que identifica esse doente e que o acompanhará até sair do hospital. No processo individual de cada doente é registado, ou pelo menos deve ser, todas as ocorrências relativas ao seu estado de saúde, à sua vida enquanto pessoa necessitada de cuidados de saúde no hospital onde entrou para ser socorrido. Portanto, consultar o processo de cada doente é uma forma de ajudar a detectar alguns erros e evitar males maiores para a pessoa em causa.
Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, diz que “em Portugal não existe um registo fiável das causas de morte”. E diz também que “são feitos milhões de actos médicos por dia nos hospitais portugueses, é natural que se cometam alguns erros”.
Para já, o bastonário considera que "grave, grave" é a inexistência de "um registo fiável das causas de morte em Portugal", o que, segundo disse, deverá melhorar em breve, pois esta é uma área em que a Direcção-Geral da Saúde está a trabalhar.
Os profissionais da saúde trabalham com sentido de responsabilidade. Eu, como Auxiliar de Acção Médica, exerço as tarefas que me são atribuídas agindo sempre com uma atitude responsável e contribuindo para o bem do doente internado. Mas apesar de todos os cuidados, às vezes falho. Contudo, nunca até hoje, pelo menos que seja do meu conhecimento, enquanto auxiliar de acção médica, dei medicamentos errados aos doentes. Primeiro, porque eu não sou médico, nem sou farmacêutico e nem sou enfermeiro. E segundo, porque como auxiliar de acção médica, confio nas indicações que os médicos e os enfermeiros me transmitem sempre que me solicitam ajuda e colaboração para administrar um medicamento. Por isso, não entendo é que seja culpado o sistema por esse erro cometido, inconscientemente ou não, por um profissional de saúde. Porque é que cada um não assume as suas responsabilidades? O erro pode acontecer em qualquer fase do circuito que o medicamento faz até chegar ao doente. E como é registado esse circuito? Há ou não registos informáticos e/ou papel escrito desde o momento em que o médico prescreve o medicamento até que este seja administrado ao doente? Todo o doente tem um número assim que entra no hospital. Aí começa o registo que identifica esse doente e que o acompanhará até sair do hospital. No processo individual de cada doente é registado, ou pelo menos deve ser, todas as ocorrências relativas ao seu estado de saúde, à sua vida enquanto pessoa necessitada de cuidados de saúde no hospital onde entrou para ser socorrido. Portanto, consultar o processo de cada doente é uma forma de ajudar a detectar alguns erros e evitar males maiores para a pessoa em causa.
Denise Kühner e Álvaro Marques são dois profissionais de saúde. Ela Farmacêutica, Especialista em Análises Clínicas pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Pós-Graduada em Farmácia Clínica Hospitalar pela Universidade Veiga de Almeida/RJ. Ele, Farmacêutico, Pós-Graduado em Farmácia Clínica Hospitalar pela Universidade Veiga de Almeida/RJ. Elaboraram um estudo sobre os erros com os medicamentos onde afirmam:
"Os erros podem ser classificados em erros de omissão (por excesso de doentes, excesso de medicamentos, mão-de-obra insuficiente, medicação não disponível, doente ausente para RX, TAC, ECOGRAFIA, por exemplo, transferência do doente para outro serviço dentro do hospital), dose sem autorização, dose errada, administração de medicação por via diferente da prescrita, administração de medicamento em velocidade diferente da prescrita), preparação errada da dose e diluição. Médicos que trabalham em regime de turnos não se familiarizam com os doentes. A identificação do doente chamando-o pelo nome também pode ser causa de erro, já que pacientes confusos podem responder afirmativamente quando um nome é pronunciado, mesmo que não seja o seu nome. Os médicos que escrevem com letra ilegível devem imprimir ou digitar as prescrições, se houver possibilidade, pois a prescrição manuscrita ilegível deve ser considerada erro potencial. As prescrições verbais ou pelo telefone devem ser reservadas somente para situações de emergência ou cirúrgicas, e as ordens devem ser ditas vagarosamente, claramente e de modo articulado. A transcrição de prescrições deve ser evitada o máximo possível e deve ser reconhecida como oportunidade primária de erros".
O jornal Archives of Internal Medicine publicou, em 9.9.2002, um estudo prospectivo de corte em 36 hospitais americanos, onde demonstra que, ainda hoje, os erros de medicamento mais comuns cometidos nas enfermarias pesquisadas são: erro de horário, de omissão, dose errada e administração de droga não autorizada. De forma geral, ocorreram erros em 19% das doses, sendo que 7% foram potencialmente perigosos. Nas 36 instituições, os erros mais comuns foram horário errado (43%), omissão (30%), dose errada (17%) e medicamento não autorizado (4%). Erros potencialmente perigosos, julgados pelo potencial de causar reações adversas, foram cometidos em 7% das doses, ou seja, mais de 40 erros por dia em um hospital de 300 leitos. Estas estatísticas colocam a questão de erros de medicamentos como a oitava causa de morte, acima do câncer de mama, Aids e acidentes.
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O que acontece com a assistência à saúde que permite um número tão elevado de problemas relativos a medicamentos?
Os erros com os medicamentos não é um problema exclusivo de Portugal. Por exemplo, nos E.U.A., 44.000 a 98.000 doentes hospitalizados morrem todos os anos devido a um erro de medicação.
É de lamentar que em Portugal, nos estabelecimentos de saúde, como por exemplo, os hospitais, não invistam na formação de uma cultura de segurança, abrangendo todos os profissionais de saúde e não apenas aqueles profissionais que trabalham nas farmácias hospitalares.
A famosa letra ilegível dos médicos, que leva a milhares de erros de leitura de receitas todos os anos e de errada leitura pelos enfermeiros, em alguns hospitais do país, como por exemplo, o Hospital de São joão, no Porto, trocaram os papéis por sistemas computadorizados. Com isso, pretende-se diminuir os erros na prescrição de medicamentos.
Também a entrada em funcionamento da "unidose" veio ajudar à diminuição de erros com os medicamentos.
Do total de erros médicos que ocorrem nos hospitais norte-americanos, 61% estão relacionados à redação ilegível e a erros de transcrição. Um ponto decimal no lugar errado pode levar a sérias consequências - como a dose prescrita aumentar 10 vezes.
Contudo, a pesquisa revelou que mesmo com o sistema, há uma incidência de erro que não diminuiu: o da escolha do medicamento. Para tal, há sistemas que guiam os médicos no processo de prescrição, fazendo perguntas que podem ajudar a evitar erros deste tipo. Alguns inclusive possuem reconhecimento de voz.Actualmente, cerca de 9% dos hospitais nos EUA possuem a tecnologia e, a cada ano que passa, mais redes de saúde adoptam a aplicação, que leva de 12 a 36 meses para ser implantada.
A Organização Mundial de Saúde preconiza como aceitável a taxa de 7% de erro, vinculada ao preparo e administração dos medicamentos.
2 comentários:
Excelente trabalho colega.
Não sabia que os AAM recebiam indicações médicas e/ou de Enfermagem para administração de medicação. Também operam é? E diagnósticos? Vão fazendo alguns já?
O meu sonho é entrar no Hospital e ter um AAM pronto, com todo o seu conhecimento cientifico e código ético e deontológico, para me assistir!!!
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