14/12/16

DIREITOS E DEVERES NO TRABALHO



   Quando o Assistente Operacional, em particular aquele que trabalha num hospital do SNS,  termina a sua jornada e ainda não há quem o substitua, o que deve fazer?
   Alguém sabe onde está escrito que ele, acabado o seu turno, possa sair da instituição?
   Claro está, quando acontece esta situação, se o mesmo assistente operacional continuar o turno do colega dá um grande alívio aos encarregados  que costumam descarregar nos  assistentes operacionais a resolução de um problema que não é deles, mas dos encarregados, e só.
  Ora, nenhum encarregado e muito menos os chefes de enfermagem de um determinado serviço podem obrigar os assistentes operacionais a ficar depois de cumprida a sua jornada de trabalho. E nenhum encarregado, nem nenhum chefe de enfermagem pode pretender a normalidade do serviço quando há uma falha cuja solução é da inteira responsabilidade de quem chefia. E se a responsabilidade não é do encarregado, então este, deve exigir ao seu superior hierárquico uma solução.
  Há que não confundirmos os assistentes operacionais com os  "criados", que em tempos idos trabalhavam nos hospitais e eram criados para todo o serviço. Os assistentes operacionais de hoje têm o direito de trabalhar como Técnicos Auxiliares de Saúde. É bom que todos saibam que é o próprio Ministério de Saúde que está em falta para com  os profissionais que auxiliam os médicos e enfermeiros e em muitos outros serviços dos hospitais. Onde está a carreira? Onde está o cumprimento do horário de trabalho?
   A profissão de Auxiliar, chamem-lhe Assistente Operacional ou Técnico Auxiliar, mas não confundam estes profissionais com trabalhadores só com deveres. É bom que todos entendam que os AO têm deveres, mas também têm direitos.
   E a profissão de Assistente Operacional deve ser autónoma dos enfermeiros, deve ser organizada por assistentes operacionais com carácter, com formação, com reconhecimento merecido pelo trabalho e capacidade para trabalhar como encarregado de assistente operacional e de assistente operacional.
   Porque a continuar a fazer como se está a fazer, ou seja, impor jornadas de trabalho, assim qualquer assistente operacional pode ser escolhido para encarregado de assistentes operacionais. Há casos por aí em que os menos aptos foram escolhidos para encarregados. Porquê? Porque quem resolve os problemas, por exemplo, da falta de pessoal, têm sido resolvidos pelos outros assistentes que já cumpriram o seu turno de trabalho. A responsabilidade de assegurar os turnos é ou não dos encarregados? Não é dos assistentes operacionais! Então o que devem os assistentes operacionais fazer naqueles casos em que falta alguém no serviço, por exemplo, porque se atrasou ou que faltou mesmo? Dizer ao encarregado e à instituição que organizem os recursos humanos de forma a terem soluções que estejam preparadas para solucionar o problema das faltas de pessoal. Por exemplo, criar uma equipa especial, um grupo de assistentes operacionais que depois serão distribuídos pelos serviços onde  haja faltas de pessoal que não estejam previstas.
   Só que enquanto houver assistentes operacionais a serem "criados" para tudo, enquanto não se libertarem das culpas que não são deles, mas das más organizações dos encarregados e gestores, é claro que não se resolve o problema.
   Os assistentes operacionais cumprem o seu dever, mas não devem esquecer que têm direitos!  



02/12/16

ASSISTENTES OPERACIONAIS UNIDOS

Foto copiada da internet

   Após 15 dias em greve, os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica vão ter finalmente as suas carreiras actualizadas.

   Como se vê quem bate o pé e não desanima alcança o que busca. Durante a greve causaram muitos transtornos e muitos problemas no normal funcionamento dos serviços de cuidados de saúde. Adiaram-se exames médicos, análises, cirurgias e nos serviços de internamento dos hospitais com certeza que houve pessoas que, por causa da greve destes profissionais, prolongaram a sua estada no hospital.
   A união e a firmeza destes profissionais acabou por lhes compensar. Os hospitais fecharam por causa da greve dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica? Foram assegurados os serviços urgentes ? A ambas as perguntas a resposta é a mesma: Não.
   Então os assistentes operacionais também têm motivos reais para fazer valer os seus direitos, a começar pelas suas carreiras e no reconhecimento do seu trabalho como profissionais importantes e essenciais para o bom desempenho dos hospitais e centros de saúde.
   União dos milhares de assistentes operacionais e os sindicatos também unidos, tenho a certeza que o Ministro da Saúde, finalmente, dignificava os Assistentes Operacionais e Técnicos Auxiliares de Saúde.