28/03/11

PARAR, PENSAR E ESCOLHER O CAMINHO CERTO

  
   Quando recebo em casa o BITsgs, o Boletim informativo da Associação dos Trabalhadores dos Serviços Gerais de Saúde ( talvez seja de pensar noutro nome ) gosto sempre de o ler. O Solitário tem escrito por diversas vezes e sempre com palavras fortes e duras. A verdade é que não conheço e nem tenho conhecimento que alguma vez algum assistente operacional congressista militante o tenha desmentido.
   Há dias recebi o BIT sgs deste mês de Março e não resisto a transcrever parte do artigo escrito pelo SOLITÁRIO:
   "...voltei com toda a minha força, determinação e convicção, para dizer o que sinto, falar do que vi e dizer o que não gostei. Andei por aí e como diz o cantor, “eu fui a todas” e sempre estive com os seus organizadores, considerando-os uns verdadeiros artistas e lá diz o velho ditado “zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades”. Eu descobri coisas impensáveis, inimagináveis, conversei com os actores, filmei e gravei conversas que julgavam secretas e confidenciais, pois é, vocês estavam com o Solitário em corpo e alma. Cuidem-se, pois brevemente vamos ter um WIKILEAKS à Portuguesa.
   Eu vi palmas e palminhas, ilusionistas, malabaristas, palhaços, que com o seu aspecto comediante, têm lugar em qualquer circo ou teatro deste País. Vi sorteios, rifas, rifinhas, cabazes, danças e cantares, concursos para os melhores trabalhos, cujos prémios foram atribuídos, com recurso a métodos fraudulentos.
  Vi certificados que se vendiam para colegas que estavam ausentes e colocados nas pastas dos inscritos, antes da sessão de abertura.
   Eu vi lágrimas derramadas em rostos de colegas humildes e simples que quando viam determinados trabalhos, apresentados por quem não tem capacidade, nem competência para os poder apresentar, ferindo de morte os seus sentimentos.
   Momentos houve, em que cheguei a pensar: será que estou numas jornadas, num congresso, ou num velório com tanta lágrima derramada!
   Só que num velório há respeito pelo morto, ali não havia respeito por ninguém.
   Isto não é formação, a isto chama-se engano, deformação e incompetência, ou novelas de baixo nível.
   Caros colegas e amigos Assistentes Operacionais, não se deixem enganar, pois este tipo  de formação / deformação / novelas com choradinho à mistura, não vos serve de nada, muito menos para Técnico Auxiliar de Saúde. Acreditem no Solitário, porque falo a verdade e só a verdade incomoda muita gente. Eu gosto muito de vós.
   Por tudo o que vi e descrevi, pensei na frase de Jesus Cristo, quando estava prestes a morrer, crucificado numa cruz pelos seus malfeitores e que disse:
   “Meu Deus, Meu Deus, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem”.
   Gostei das intervenções da Associação dos Trabalhadores dos Serviços Gerais da Saúde, o Solitário foi um dos seus principais críticos, mas tenho que reconhecer que errei, pois são colegas com larga experiência, sabem do que falam, acreditam no que dizem, são convictos e determinados, demonstrando empenho e motivação na vossa valorização e qualificação profissional. Inspiram-me confiança.
   No entanto, peço-lhes para serem o pólo aglutinador e para não se deixarem aglutinar, se assim não fizerem, pode ser uma fatalidade, pois os tais de que falei, o que pretendem, é servir-se do vosso estatuto, para que com a vossa presença, alcancem o sucesso o conhecimento e reconhecimento, para atingir outros fins.
   O Solitário vai andar por aí, mais atento do que nunca, mas sempre com a sua querida e velha máquina fotográfica, o seu velho gravador, para a qualquer momento denunciar, alguns que sabem de tudo, mas nada de formação, qualificação e valorização profissional".
                                                                                             OIRATILOS
In BIT sgs ano 13, nº13 2011.03.02

   Aguardemos pela BOMBA.
 

27/03/11

PRESSÃO SOBRE OS ASSISTENTES OPERACIONAIS EM BRAGA

   Os Assistentes Operacionais ( ex-auxiliares de acção médica ) do Hospital de S. Marcos, em Braga, saíram à rua e mostraram o seu descontentamento e a suas preocupações face ao seu futuro profissional. O novo Hospital de Braga está para abrir brevemente e a administração está a pressionar todos os profissionais que trabalham no actual hospital a celebrarem um contrato individual de trabalho para continuarem a exercer as suas funções no novo hospital.
   A Escala Braga ( Grupo Mello ) que vai gerir a nova unidade hospitalar, tem vindo a propor a alteração dos contratos. É um assunto extremamente delicado. Os assistentes operacionais, alguns com duas dezenas de anos de trabalho e outros com mais, sentem uma enorme preocupação e injustiça as propostas que lhes estão a ser apresentadas. 

10/03/11

DIA MUNDIAL DO RIM

   DIA MUNDIAL DO RIM

Hoje lembramos de uma forma especial os 400 a 600 milhões de adultos em todo o mundo atingidos pela doença renal crónica. Em Portugal, estima-se serem 800.000 pessoas e todos os anos surgem mais de 2000 novos casos de doentes em falência renal e a necessitarem de diálise,ou,nos casos em que é possível, de serem transplantados.
 Diz o Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Dr.Fernando Nolasco:
«A principal consequência das doenças dos rins é, evidentemente, a insuficiência renal, situação extremamente grave, porque provoca uma deficiente depuração do sangue e a retenção no organismo de resíduos tóxicos, cuja acumulação pode provocar graves problemas no metabolismo".

     
      No Dia Mundial do Rim venho felicitar todos os profissionais de saúde que diariamente apoiam, cuidam e animam os doentes renais, de modo particular os Assistentes Operacionais.

05/03/11

ASSISTENTES OPERACIONAIS SURPEENDIDOS




"O Hospital de S. João, no Porto, recusa-se a pagar horas extras aos auxiliares de acção médica devido à "necessidade de efectuar cortes no orçamento". A ordem de serviço, à qual o CM teve acesso, diz que, a partir do dia 1 de Março, os recursos humanos do hospital estão proibidos de pagar horas extras àqueles funcionários.
ara garantir o equilíbrio económico e financeiro é necessário um esforço adicional na redução de encargos, pelo que haverá uma alteração nas necessidades dos assistentes operacionais", lê-se na ordem.
A notícia foi recebida com revolta por parte dos auxiliares que já têm a escala de trabalho para o mês de Março feita e já realizaram algumas horas extras depois do dia 1. Para além disso, a unidade hospitalar não dispõe de auxiliares suficientes, pelo que o futuro é uma incógnita.
"Ou os auxiliares vão ser forçados a trabalhar sem receber, ou então os doentes não vão ter os cuidados de que necessitam", explicou ao CM fonte hospitalar.
O Hospital de S. João dispõe de cerca de mil auxiliares, que cuidam da higiene diária dos doentes e lhes servem as refeições, entre outras tarefas. Em média, cada unidade necessita de ter ao seu dispor dez funcionários.
"As unidades não têm auxiliares suficientes, pelo que para terem os dez elementos ao seu dispor era necessário que muitas pessoas fizessem horas extraordinárias. Se agora não pagam, os auxiliares não vão trabalhar de graça. Muitos doentes nem vão ter quem lhes dê um copo de água durante a noite", acrescentou a mesma fonte. Os auxiliares de acção médica já tinham uma sobrecarga de trabalho diária, tendo que prestar funções em vários pisos do hospital quase em simultâneo.
"Há já pessoas que têm de trabalhar em três pisos, sem horas extras muitos serviços vão ficar sem auxiliares e quem sofre é o doente", acrescentou fonte hospitalar".
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/saude/s-joao-nao-paga-horas-a-auxiliares


03/03/11

PENDURAR A FARDA


   Como vai a nossa vida...
   O Governo necessita de dinheiro para pagar as asneiras que faz. Este ano está mesmo com vontade de espremer até ao tutano os portugueses, mas com excepções, como já vão ver.
   O SNS está a ficar sem muitos profissionais e os médicos são a classe que mais está a debandar. Uns reformam-se e outros ainda vão aceitando continuar a trabalhar, embora reformados. Mas depois de experimentarem e se viverem a experiência que o Dr.João Décio Ferreira viveu, acredito que farão o mesmo que este cirurgião fez. Mas vamos à história que li  hoje:
" Após 41 anos de descontos e 65 anos de idade reformei-me. Fiquei com uma só reforma calculada a partir dos descontos que fiz nesses 41 anos. Outros, coitados, como acontece com algumas pessoas importantes em Portugal, que toda a gente conhece, devem ter descontado 80 ou mesmo 120 anos para ter direito a duas ou três reformas. Tenho recebido assim todos os meses na minha conta bancária 1911,99 € líquidos desde que me reformei em 24 de Junho de 2009. Agora parece que vai ser reduzido para, voluntariamente obrigado, contribuir para pagar o buraco do BPN, as segundas e terceiras reformas milionárias de alguns importantes, os "brinquedos" das Forças Armadas, as mordomias dos políticos tão necessários ao país, como todos sabem".
   E o doutor cirurgião continuou a escrever e disse mais isto:
"Após a reforma, ainda trabalhei quase dois anos no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo aceitado a proposta para não deixar os doentes desamparados e dar tempo para preparar um sucessor. Só que o interno da especialidade ainda tem dois anos pela frente...".
  
   Acontece que o nosso doutor, agora teve tempo para olhar para os recibos, fez as contas e chegou à conclusão que "o Ministério da Saúde não venha dizer que criou um regime excepcional para voltar a contratar os reformados de áreas necessárias para o SNS, quando o que propõe é 6€ à hora brutos, valor que qualquer mulher-a-dias recebe mais e que é um valor que qualquer pessoa minimamente na posse das suas faculdades psíquicas tem vergonha de propor. Não me parece que qualquer licenciado e ainda por cima no topo da sua carreira profissional permita ser assim tão achincalhado.Há limites que a própria honra impõe".

 E que fez o cirurgião? Pendurou a farda no cabide.

E que dizer dos Assistentes Operacionais a receber ordenados inferiores a 500 € (base de 487,46), para pagar um mês de renda de casa ( ou empréstimo ), água, luz, telefone, transportes, despesas escolares, de saúde e como não nos servem comida de graça, temos que ainda pagar a alimentação. Poderão alguns também pensar no lucro das horas extraordinárias...mas tristemente cheguei à mesma conclusão do doutor cirurgião. É demasiado pouco para o trabalho exercido, para a sobrecarga de horas de trabalho e ainda por cima o senhor IRS vem buscar a parte dele.
Já me apeteceu também pendurar a farda, mas necessito do pouco que recebo como Assistente Operacional.